Florianópolis, 23 de janeiro de 2025. 18h09

CID-11: O que muda na Classificação do Autismo a partir de 2025?

A partir de 1º de janeiro de 2027, o Brasil passará a adotar oficialmente a 11ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), documento elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que orienta diagnósticos e tratamentos em todo o mundo (OMS, 2024). Entre as mudanças mais relevantes, está a nova classificação do Transtorno do Espectro Autista (TEA), que promete tornar o diagnóstico mais preciso e inclusivo (Ministério da Saúde, 2024).

Fim dos rótulos e mais personalização

Na CID-10, o autismo era dividido em diferentes categorias, como "Autismo Infantil", "Autismo Atípico" e "Síndrome de Asperger". Essa segmentação, por vezes, dificultava a compreensão do transtorno e impedia que algumas pessoas recebessem o suporte adequado. Com a CID-11, todas essas categorias foram unificadas sob o termo "Transtorno do Espectro Autista (TEA)", mantendo um espectro amplo que permite avaliações mais individualizadas (OMS, 2024).

A nova classificação do TEA considera não apenas a presença do transtorno, mas também o grau de impacto na comunicação, na linguagem e na capacidade cognitiva do indivíduo. Isso permitirá que profissionais da saúde e da educação possam oferecer um atendimento mais adequado e personalizado.

As novas subdivisões do TEA na CID-11

O TEA agora é categorizado em sete subtipos, que levam em conta a presença ou ausência de deficiência intelectual e o comprometimento da linguagem funcional (OMS, 2024):

Essa nova abordagem ajuda a eliminar rótulos limitantes, como "autismo leve" ou "autismo severo", e considera cada pessoa de forma mais ampla, levando em conta suas habilidades e dificuldades individuais.

Impactos na educação e na saúde

Com um diagnóstico mais detalhado, profissionais da saúde, educação e assistência social poderão criar estratégias de atendimento mais eficientes. Na educação, por exemplo, isso poderá favorecer a elaboração de planos pedagógicos adaptados às necessidades reais dos alunos autistas. Na saúde, permitirá a definição de terapias e intervenções mais alinhadas ao perfil de cada pessoa dentro do espectro (Ministério da Saúde, 2024).

Além disso, a nova classificação também contribuirá para que políticas públicas sejam formuladas de maneira mais eficaz, garantindo um suporte mais adequado para autistas e suas famílias.

O que esperar para o futuro?

A implementação da CID-11 no Brasil marca um avanço significativo no diagnóstico e na abordagem do autismo. A nova classificação reforça a importância da individualização dos atendimentos, promovendo mais inclusão, respeito e compreensão sobre o espectro autista.

O desafio agora será garantir a capacitação de profissionais para que possam aplicar corretamente essa nova classificação e assegurar que as mudanças se traduzam em melhorias concretas para autistas e suas famílias. Com uma abordagem mais ampla e detalhada, espera-se que o TEA seja tratado com ainda mais empatia e precisão.

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Referências: