Florianópolis, 14 de junho de 2025. 10h30

Por Eduardo Borges

Resultado das Eleições do SINTE/SC – Direção Estadual 

Com 57% dos votos, a Chapa 2 foi eleita para dirigir o SINTE/SC pelos próximos quatro anos.

Mas é preciso dizer com todas as letras: não foi a base ativa da categoria quem escolheu essa direção. A votação foi, mais uma vez, dominada por aposentados, que escolhem acertadamente por representantes que lutem pelos seus interesses, estando absolutamente certos em fazê-lo. 

Enquanto isso, os ACTs – que sustentam a educação pública catarinense e são a maioria nos grupos de WhatsApp, nas greves, nas salas superlotadas e nos contratos precarizados – sequer se organizam para ter direito a voto, já que o sindicato nunca se preocupou em garantir sua sindicalização em massa. Resultado? Seremos obrigados a assistir, por mais 4 anos, a uma gestão que ignora a base, que não enfrenta o governo e que vende vitórias onde só há derrotas.

Infelizmente, temos visto um sindicato cada vez mais inoperante, cujas decisões estão subordinadas aos interesses de partidos políticos — especialmente o PT — e das centrais sindicais como a CUT. Em vez de lutar com independência, o SINTE se transformou num instrumento político-eleitoral, mais preocupado em manter cargos e reproduzir alianças do que enfrentar as urgências da sala de aula. As prioridades da base foram trocadas por articulações internas, reuniões fechadas e uma burocracia que não resolve os problemas reais da categoria.

Essa submissão estrutural tem enfraquecido profundamente o nosso sindicato, tornando-o obsoleto diante dos desafios que enfrentamos. Ao não ocupar novos espaços, ao se recusar a dialogar com outras forças e movimentos, o SINTE perdeu capacidade de mobilização e se afastou da sua razão de existir: a defesa intransigente dos trabalhadores da educação. Precisamos urgentemente de um novo projeto sindical — plural, combativo, transparente e presente onde a base está. Só assim poderemos recuperar a confiança da categoria e construir, de fato, uma alternativa para o futuro da educação pública em Santa Catarina.

A vitória da Chapa 2 representa, na prática, mais um passo rumo à desvalorização total da nossa categoria, especialmente dos trabalhadores em condição mais vulnerável. E se nada for feito, poderemos estar diante de um cenário ainda pior: o desmonte completo da educação pública em Santa Catarina.

Não é hora de calar. É hora de lutar. ✊








ACT não é subcategoria. É resistência.
Hora-atividade é direito. E direito se exige.

ACT em Luta!

📌 Acompanhe o ACT Santa Catarina e fortaleça a luta por uma educação pública de verdade!