Florianópolis, 18 de fevereiro de 2025. 15h45

Professores ACTs Enfrentam Incerteza Sobre Pagamento Enquanto SINTE Mantém Silêncio

Os professores admitidos em caráter temporário (ACTs) da rede estadual de Santa Catarina enfrentam mais um início de ano letivo marcado por insegurança e dificuldades financeiras. A demora na convocação dos ACTs gerou uma série de problemas administrativos que afetaram diretamente os professores. Como os contratos foram formalizados após o fechamento da folha de pagamento, muitos profissionais não sabem ao certo se receberão no fim do mês ou se enfrentarão mais um período de espera e incerteza financeira. Para muitos, isso significa dificuldades para pagar contas e manter despesas básicas. Para tentar minimizar os impactos, a Secretaria de Educação anunciou uma folha suplementar, com previsão de depósito apenas no dia 28. No entanto, a falta de um posicionamento firme do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (SINTE-SC) tem aumentado ainda mais a preocupação dos professores.

Além da insegurança financeira, os docentes enfrentam dificuldades diárias dentro das escolas, desde a falta de estrutura até a sobrecarga de trabalho. Salas lotadas, escassez de materiais básicos, salas quentes e sem ar condicionado e a pressão por resultados cada vez mais distantes da realidade tornam o exercício da docência um desafio constante. “A gente chega na escola sem saber se vai receber em dia, sem apoio para lidar com a falta de estrutura e ainda sem perspectiva de valorização. E o SINTE? O SINTE está preocupado com outras coisas”, desabafa um professor que preferiu não se identificar. 

Sem qualquer ação visível por parte do sindicato para cobrar garantias do governo estadual, muitos professores se sentem abandonados diante de uma situação que compromete seu sustento. “Trabalhamos desde o primeiro dia letivo, mas agora não sabemos se vamos receber em tempo hábil para pagar as contas. O mínimo que o sindicato poderia fazer era exigir um esclarecimento formal e cobrar agilidade no pagamento”, lamenta um professor ACT.

Diante do silêncio do SINTE, surgem questionamentos sobre quais são, de fato, as prioridades da entidade. Enquanto os docentes lidam com a incerteza salarial e a precariedade das condições de trabalho, os dirigentes sindicais têm intensificado viagens pelo Oeste Catarinense, alegando que o objetivo é divulgar as ações do sindicato. No entanto, para muitos professores, essas visitas parecem estar mais alinhadas a uma tentativa de fortalecer a imagem da atual gestão sindical do que a uma mobilização real em defesa da categoria.

Entre os docentes, especula-se que essas viagens possam estar sendo financiadas com recursos do próprio sindicato, o que levanta dúvidas sobre o real propósito das ações. Para alguns professores, ao invés de atuar para pressionar o governo estadual a resolver a questão do pagamento e a garantir melhores condições de trabalho, o SINTE estaria mais preocupado em recuperar sua imagem diante de uma categoria insatisfeita e cada vez mais crítica à sua atuação.

Essa aparente movimentação acontece em um momento em que o descontentamento com o sindicato cresce. Muitos docentes, especialmente os ACTs, sentem que o SINTE se tornou inoperante frente às principais demandas da categoria. O medo de perder apoio entre os professores parece estar impulsionando a atual gestão a intensificar sua presença em diferentes regiões do estado, mas sem oferecer respostas concretas para os problemas que mais afligem os profissionais da educação.

Enquanto isso, a incerteza sobre o pagamento segue preocupando os professores, que esperam, no mínimo, um posicionamento firme do sindicato. A ausência dessa cobrança reforça a sensação de abandono e contribui para o descrédito da entidade entre os docentes. Resta saber se, diante do crescente descontentamento, o SINTE finalmente sairá da inércia e assumirá o papel que se espera de uma representação sindical comprometida com os interesses da categoria.

E os docentes aguardam ansiosos pelo pagamento e por uma resposta concreta do governo, enquanto o silêncio do SINTE segue alimentando desconfianças e insatisfações. A falta de uma cobrança mais incisiva aumenta o temor de que situações como essa continuem se repetindo, prejudicando milhares de profissionais que dependem desse trabalho para sobreviver. A ausência de uma postura combativa reforça a sensação de abandono entre os professores, especialmente os ACTs, que historicamente são os mais vulneráveis dentro da rede estadual. A situação evidencia não apenas a fragilidade da gestão pública na organização do ano letivo, mas também a necessidade de uma representação sindical mais ativa e comprometida com as demandas urgentes da categoria. 

Diante desse cenário, o mínimo que se espera do sindicato é um posicionamento firme na defesa dos professores, exigindo transparência sobre os pagamentos e cobrando que a Secretaria de Educação agilize o processamento da folha suplementar. No entanto, o silêncio do SINTE tem gerado questionamentos entre os docentes sobre suas reais prioridades. Enquanto os docentes lutam para sobreviver em meio a incertezas e falta de valorização, o SINTE se mantém estagnado, sem apresentar estratégias eficazes para reverter esse cenário. Com isso, cresce entre os professores a sensação de que estão sozinhos nessa batalha. E, enquanto o sindicato não retomar seu papel de representação legítima, a categoria continuará enfrentando desafios cada vez maiores, sem perspectiva de mudança real. 

📢 A luta precisa continuar, pois cada avanço foi conquistado com mobilização e pressão da categoria.

Se não lutarmos, perdemos todos!

ACT em Luta!