Florianópolis, 26 de abril de 2025. 16h30
Série: ACT em Foco — Capítulo VII
Prof.º Eduardo Borges
A Falta de Professores Laboratoristas e Orientadores de Convivência nas Escolas De Santa Catarina
Nos últimos anos, o ensino público de Santa Catarina tem enfrentado um desafio recorrente: a falta ou o atraso na contratação de professores laboratoristas e orientadores de convivência. Esses profissionais desempenham papéis essenciais dentro das escolas, contribuindo para a qualidade do ensino e para a organização da rotina escolar. No entanto, a demora na efetivação dos contratos impacta diretamente alunos e professores, comprometendo atividades pedagógicas e o funcionamento adequado das unidades escolares.
A importância dos professores laboratoristas
Os professores laboratoristas são fundamentais para ampliar o aprendizado dos estudantes, tornando as aulas mais dinâmicas e práticas. Em diversas escolas, os laboratórios são espaços estratégicos para o desenvolvimento do raciocínio lógico, da criatividade e da experimentação científica. No entanto, sem a presença desses profissionais, esses ambientes se tornam subutilizados ou, em muitos casos, permanecem fechados.
Há diferentes tipos de laboratórios dentro da rede estadual de ensino:
Laboratório Maker: Um espaço inovador que estimula o aprendizado criativo e prático, incentivando a cultura do "faça você mesmo" por meio da robótica, programação e experimentação.
Laboratório de Ciências: Essencial para as disciplinas de Química, Física e Biologia, permitindo que os estudantes desenvolvam investigações e aprofundem seus conhecimentos científicos na prática.
Laboratório de Matemática: Fundamental para promover um ensino mais interativo e acessível, facilitando a compreensão de conceitos abstratos por meio de experimentações e desafios.
A ausência desses profissionais limita o acesso dos estudantes a experiências enriquecedoras, reduzindo o potencial dos espaços laboratoriais e afetando diretamente o aprendizado.
O papel crucial dos orientadores de convivência
Outra função essencial dentro das escolas é a do orientador de convivência, profissional responsável por mediar conflitos, auxiliar na disciplina e promover um ambiente escolar mais seguro e organizado. Esse cargo foi criado para dar suporte tanto a alunos quanto a professores, garantindo uma rotina mais tranquila dentro da unidade.
Os orientadores de convivência desempenham diversas funções, como:
Apoio na entrada e saída dos alunos, garantindo segurança e organização.
Mediação de conflitos, promovendo o diálogo e a resolução pacífica de problemas.
Acompanhamento de alunos em situação de vulnerabilidade, contribuindo para a inclusão e permanência na escola.
Apoio em atividades extracurriculares e projetos pedagógicos, fortalecendo o vínculo dos estudantes com o ambiente escolar.
A ausência desses profissionais sobrecarrega os professores e a equipe gestora, tornando a rotina escolar mais desafiadora e, muitas vezes, prejudicando o aprendizado dos estudantes.
A demora na contratação e seus impactos
A demora na contratação dos professores laboratoristas e dos orientadores de convivência não é uma novidade na rede estadual de ensino, mas a cada ano o problema se agrava. O atraso impacta diretamente as atividades pedagógicas e a organização escolar, criando um efeito cascata que compromete o planejamento das unidades de ensino.
Para os professores e gestores, a incerteza sobre a chegada desses profissionais dificulta a execução de projetos e a distribuição de tarefas. Para os alunos, a ausência desses trabalhadores significa menos acesso a espaços de aprendizado diferenciados e menos suporte para lidar com desafios do cotidiano escolar.
A necessidade de ação imediata
Diante desse cenário, é urgente que as autoridades educacionais acelerem o processo de contratação e garantam que os professores laboratoristas e orientadores de convivência estejam presentes nas escolas desde o início do ano letivo. A valorização desses profissionais não se resume apenas à contratação, mas também ao reconhecimento de seu papel essencial para a qualidade da educação pública.
A falta desses trabalhadores compromete não apenas a estrutura das escolas, mas também o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes. É preciso que o problema deixe de ser um tema recorrente e passe a ser tratado com a prioridade que merece.
Enquanto a situação não se resolve, a comunidade escolar segue aguardando, na esperança de que a educação pública de Santa Catarina receba o suporte necessário para garantir um ensino de qualidade e um ambiente escolar mais acolhedor e eficiente para todos.