Florianópolis, 18 de maio de 2025. 9h30
Série: ACT em Foco — Capítulo VII
Prof.º Eduardo Borges
Processo Seletivo 2025: Governo silencia, ACTs vivem à deriva
Estamos no final de maio e o Governo do Estado de Santa Catarina ainda não se pronunciou sobre o Processo Seletivo (PS) de professores ACTs para o ano letivo de 2025. A ausência de informações oficiais escancara uma gestão marcada pelo desprezo à transparência e à valorização profissional.
📌 O que está acontecendo?
A verdade é que ninguém sabe ao certo como será o próximo Processo Seletivo (PS):
Será um edital com validade de dois anos, como vem sendo reivindicado há tempos pela categoria?
Será realizado por edital próprio com banca contratada? Se sim, qual banca? Com licitação ou por dispensa emergencial, como o governo gosta de fazer?
Ou, como circulam rumores (ainda não confirmados), o governo pretende usar o CNU (Concurso Nacional Unificado) com a Prova Nacional Docente (PND), criada pelo MEC, como porta de entrada para os professores temporários da rede estadual?
Os professores poderão escolher mais de uma habilitação no ato da inscrição?
Haverá vagas para a Educação Especial? Ou a política será substituir professores por cuidadores, como vem ocorrendo nas redes municipais de ensino, esvaziando o papel pedagógico no atendimento especializado?
Os não-habilitados poderão se inscrever? Ou seguirão excluídos como no último PS, ficando restritos à chamada pública?
São muitas perguntas, nenhuma resposta concreta. E o tempo segue passando.
⚠️ Falta de transparência como método
A omissão não é apenas descaso, é estratégia política. Ao não prestar esclarecimentos, o governo evita críticas, mobilizações e o confronto com a realidade da gestão educacional em Santa Catarina. A mesma gestão que precariza, militariza e silencia.
Este silêncio tem um preço: a insegurança jurídica, emocional e profissional dos milhares de ACTs que organizam suas vidas e suas rendas baseados nesse processo.
🔍 Vai repetir o roteiro da bagunça?
O que se teme é a repetição do caos:
Um edital lançado às pressas, com erros, omissões e prazos incompatíveis;
Escolha duvidosa da banca organizadora, como ocorreu anteriormente;
Falta de diálogo com os representantes da categoria;
E o uso indevido da urgência para driblar a obrigatoriedade de licitação via pregão eletrônico.
Se isso se confirmar, será mais uma página vergonhosa na história da política educacional catarinense.
✊ Precisamos de respostas. Agora.
A comunidade escolar, os sindicatos, os movimentos organizados e cada trabalhador ACT têm o direito de saber qual será o modelo de contratação adotado em 2025. A educação não pode ser gerida às escondidas, com decisões tomadas nos bastidores e executadas de cima para baixo.
O ACT Santa Catarina exige publicamente:
Abertura imediata do debate sobre o PS 2025;
Transparência sobre o modelo adotado (CNU, edital próprio, etc.);
Garantia de ampla divulgação e participação social;
Estabelecimento de critérios claros, democráticos e estáveis;
Exigências desproporcionais para a realidade de milhares de professores;
E, por fim, processos seletivos com exclusões injustificadas, como o veto aos não-habilitados no último certame.
Chega de improvisos. Chega de atropelos. Chega de usar os professores ACTs como mão de obra descartável.
✊ O que queremos?
O ACT Santa Catarina, junto da categoria, cobra de forma imediata:
Esclarecimento público sobre o modelo do próximo Processo Seletivo;
Garantia de validade mínima de dois anos para o edital;
Inclusão de múltiplas habilitações por candidato;
Vagas claras e regulamentadas para a Educação Especial, com segundo professor em sala, não cuidadores substituindo funções pedagógicas;
Direito de inscrição aos não-habilitados, como sempre ocorreu antes da restrição recente.
📢 Chega de improviso, chega de desrespeito
A política de precarização dos ACTs não é nova, mas é inaceitável que em pleno 2025 ainda sejamos tratados como mão de obra descartável. Somos profissionais da educação, sustentamos o funcionamento das escolas públicas catarinenses e exigimos respeito, planejamento e estabilidade mínima.
Governo que valoriza a educação não governa no silêncio. Fale, escute, negocie. Ou prepare-se para enfrentar a mobilização da base.
📣 Que o Governo fale. E que a categoria se mobilize.
Se não houver posicionamento oficial nas próximas semanas, será inevitável convocar mobilizações, audiências e pressionar a SED e o Governo do Estado para que respeitem a categoria. O tempo do silêncio acabou. Queremos clareza, queremos respeito, queremos planejamento.